A reação do mercado de arte à crise
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Video Source: www.youtube.com/watch?v=wXFd_GbxxW4
http://pt.euronews.com/ O mercado de arte global vale 43 mil milhões de euros anualmente, de acordo com o último relatório da Fundação Europeia de Belas Artes. A Europa tem uma quota de mercado de 36%, seguida por Estados Unidos e China. • Para analisar este mercado, o jornalista Giovanni Magi entrevistou Guillaume Cerutti, presidente da Sotheby's França. • Giovanni Magi: Em que medida a crise económica afetou o mercado de arte internacional? • Guillaume Cerutti: A crise económica está a afetar o mercado de arte internacional, tal como outros setores, mas de uma forma relativa e diferenciada, porque o mercado de arte tem características especiais. Este mercado é muito surpreendente. É um mercado onde há apenas colecionadores individuais e objetos individuais. Estas características são muito especiais. Observamos que obras-primas, peças raras de uma proveniência prestigiada e quadros grandes não são afetados pela crise. Pelo contrário, são mais procurados por grandes colecionadores. Objetos de menos valor e pintura interessantes mas menos valiosas podem ser afetados pela crise e as estimativas devem ser neste momento extremamente precisas para que possamos vender no mercado de arte. Portanto, a crise tem um impacto diferenciado dependentemente da qualidade e da importância do objeto. • GM: Tem havido alguns leilões onde as obras têm atingido preços incríveis. A arte é sempre um bom investimento ou há o risco do efeito bolha, como no mercado imobiliário? • GCi: É verdade que os principais leilões têm batido recordes. No ano passado, por exemplo, a Sotheby's em Nova Iorque vendeu O Grito de Edvard Munch por mais de 120 milhões de dólares. Trabalhos de Picasso leiloados em Paris, um retrato de Dora Maar foi vendido por 7 milhões de euros. É verdade que estes números sugerem que o mercado de arte é, de alguma forma, uma área protegida, um porto seguro em tempos de crise. A realidade tem várias nuances, porque há áreas onde há poucos compradores e em que se pode sentir preocupações acerca da situação económica global. • GM: Está o mercado de arte cada vez mais reservado às elites, aos muito ricos? • GC: O mercado de arte é atualmente composto por vários mercados. No que respeita às pinturas modernas e impressionistas, os preços das obras de arte são frequentemente muito elevados e, portanto, reservados aos ricos. Para comprar um quadro importante de Picasso são necessários muitos recursos. Ao mesmo tempo, há domínios no mercado de arte onde se podem fazer aquisições a preços muito baixos. Por exemplo, pode comprar um trabalho, uma gravura de Picasso, que é um verdadeiro original, porque foram gravadas apenas algumas cópias por um importante gravador, por algumas centenas de euros. Tivemos uma venda em Paris no final de fevereiro, de trabalhos do gravador Crommelynck, em que trabalhos de Picasso foram vendidos por poucas centenas de euros. • GM: Que tipo de obra de arte é a mais valorizada pelos seus clientes? • GC: A arte do século XX é a que tem maior domínio no mercado hoje. É nos domínios do impressionismo, da arte moderna, da arte do período pós-guerra que se registam os preços mais elevados. Outros setores tiveram, nos últimos anos, um desenvolvimento muito rápido, como a arte de África e da Oceania, que se tornou um setor muito importante do mercado. Outra área que teve um desenvolvimento dramático é a da arte asiática. Há doze anos , o mercado de arte era um mercado que estava reservado primeiro aos clientes ocidentais: europeus e americanos. Nos últimos anos, os compradores asiáticos, incluindo os chineses, demonstraram um grande interesse em comprar obras da sua história: obras imperiais, selos, jades e cerâmicas. E vimos também este mercado desenvolver-se muito depressa. • GM: Quem é o seu cliente? O perfil está a mudar? • • Sigam-nos: • No YouTube: http://bit.ly/zYBTAR • No Facebook: / euronews.fans • No Twitter: / euronewspt
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